sexta-feira, 30 de março de 2012

Um dos interesses da zootecnia é a cunicultura! pra saber sobre o assunto vai um texto ...

Criação de Coelhos (cunicultura)

Por Marcos Duarte
O coelho é um animal muito prolífero (vários descendentes em curto período de tempo), seu ciclo produtivo é curto, podendo, portanto ser explorado comercialmente. Sua criação recebe o nome de “cunicultura”, o qual podemos extrair produtos como carnes, peles, filhotes (animais de estimação). A carne de coelho apresenta ainda um alto valor nutricional, como podemos visualizar na tabela 1.
Tabela 1. Comparação entre carne de coelho e bovina.
Carne% proteína% gordura
Coelho20,810,2
Bovino16,328,0
Os animais podem ser criados em gaiolas (dimensões de 80 cm de comprimento, 60 cm de largura e 45 cm de altura) individuais ou em baterias, dependendo do insvestimento do criador. Para proporcionar o bem-estar dos animais a temperatura do local deve ficar em torno de 20º C e umidade em torno de 70%. Cuidados para não estressar os animais (barulho, super lotação, etc..) devem ser tomados, visando uma maior produção.
Em relação a alimentação dos animais, quando criados mais em regimes extensivos (acesso a pequenos piquetes) devemos fornecer algumas gramíneas ou leguminosas (soja, alfafa…), complementando a alimentação com a utilização de rações balanceadas disponíveis no mercado. Quando a criação for intensiva, não há problema de fornecimento apenas de ração.
Na fase de reprodução, os coelhos estão prontos por volta de 6 meses de idade. Podemos utilizar vários métodos de acasalamento, sendo o mais indicado (maior controle de índices zootécnicos) o acasalamento natural controlado, o qual levamos a fêmea à gaiola do macho e deixamos os mesmos se acasalarem naturalmente, isso permite um controle da criação e identificação dos eventuais machos/fêmeas com problemas reprodutivos.
Os láparos (filhotes de coelho) nascem de 27-32 dias após o acasalamento. Seu desenvolvimento se dá de forma rápida, de modo que com 4 dias de idade já possuem pêlos e com 20 dias já estão habituados a comer o mesmo alimento fornecido às mães. Aos 45 dias de idade podemos fazer a desmama (separação dos láparos das mães).
Os cuidados sanitários são simples, devemos manter constantemente higienizadas as gaiolas (recomendado o uso de cal virgem) e preceder a separação dos animais por idade (animais jovens são mais suscetíveis as doenças) evitando assim a contaminação pela diferença de idade dos animais.

domingo, 25 de março de 2012

Bom, como ainda não colocamos nada sobre suínos...Ai vão algumas características das principais raças de suínas...
Curiosidade que talvez muitas pessoas não saibam: Os suínos são animais limpos que adoram estar em ambiente cheiroso, longe de suas fezes e urinas...As pessoas geralmente pensam que eles gostam de porcaria e de sujeira...mas isso é mito minha gente....Se vc quiser tirar a prova dos nove é so oferecer 2 ambientes: um limpo com ração balanceada e comida boa e o outro ambiente com mt sujeira, lama e qualquer tipo de comida...Quero só ver em qual dos ambientes o animal mais produzirá e ficará mais a vontade...aposto com vc que será o ambiente 1...

Características das principais raças suínas

1) Pietrain Origem – Belga
Pelagem – Malhada de preto e branco
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Boa mãe, boas leiteiras, quatro pernis, baixa velocidade de ganho de peso, problemas cardíacos.

2) Wessex
Origem – Inglesa
Pelagem – Preta com faixa branca
Tipo de orelha – Célticas
Particularidades – Boa mãe, boas leiteiras, dóceis, prolíferos, rústicos, carcaças ruins.




3) Landrace
Origem – Dinamarquesa
Pelagem – Branca
Tipo de orelha – Célticas
Particularidades – Prolifera, precoce, carne magra, boa mãe, problemas de cascos e de aprumos.


4) Large White
Origem – Inglesa
Pelagem – Branca
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Rústica, prolífera, alta produtividade, boas leiteiras e longos.



5) Duroc
Origem – Americana
Pelagem – Vermelha
Tipo de orelha – Ibéricas
Particularidades – Rústica, precoce, prolífera, alta conversão, alta velocidade de ganho de peso, raça pai.

6) Hampshire
Origem – Americana
Pelagem – Preta com faixa branca
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Vigorosos, dóceis, boas mães, curtos, raça pai.

Vampirão na FT

Atenção, abrir em uma nova janela.Voluntários que queiram fazer uma boa ação....O vampirão está mais perto de vc do que vc pensa...Está na nossa universidade...Se vc estuda no mini-campus é só pegar o integração, que é de graça, e ir até a FT doar sangue p quem precisa....Se vc estuda no ICHL, dá p ir andando perfeitamente....e se estuda na FT é só dar uns pequenos passos....Vamos lá galera, hoje são os outros quem precisam de sangue mas amanhã pode ser vc ou alguém da sua família!!!!Eu vou fazer minha parte....Faça a sua tbm...

Alunos_vampiro
Solidariedade marcou a visita do Vampirão na Faculdade de Tecnologia.
Após o esforço da direção, da coordenação e dos técnicos administrativos da Faculdade de Tecnologia (FT), em parceria com a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), foi possível trazer mais uma vez a unidade de coleta móvel de sangue  “Vampirão” para a UFAM, e dessa forma, incentivar os alunos a doarem sangue.
O objetivo era integrar os calouros e veteranos dos cursos de Tecnologia, possibilitando uma “recepção solidária” entre os alunos e estimulando-os a participar de uma ação que beneficie pacientes da rede pública e privada de saúde que necessitam de doações de sangue.
No dia 16 de março, os estudantes já haviam participado de uma palestra no auditório da FT, em que profissionais da Fundação Hemoam explicaram quem pode, ou não, doar sangue, os cuidados e as reações pós-doação, e também responderam aos questionamentos dos alunos quanto a este processo.
Professores

O diretor da FT, professor José de Castro, ressaltou que a visita do Vampirão, desperta nos alunos a questão da solidariedade, já que isso poderá estimulá-los a doar sangues outras vezes, e que atitudes como esta se fazem necessárias nos dias de hoje. “Esta é uma contribuição social da UFAM em que estamos cooperando para que vidas possam ser salvas”, salienta o diretor.
O professor Berbet Ferreira, do curso de Engenharia Química, pretende, junto com a direção da FT, trazer o Vampirão todos os anos para a UFAM, e fazer com que a prática da recepção solidária dos calouros não se restrinja somente aos cursos de Tecnologia, possibilitando assim, alunos de outros cursos e unidades acadêmicas a também participarem da ação.
Aluno_vampiro
O estudante Willian Thales, do terceiro período do curso de Engenharia de Gás e Petróleo, um dos doadores de sangue, disse que é importante participar da coleta de sangue e ajudar ao próximo, pois um dia ele, ou qualquer pessoa também pode precisar desse serviço.
A visita do Vampirão ocorreu no dia 21 de março, durante o período da tarde, na Faculdade de Tecnologia.



Fonte: http://portal.ufam.edu.br/index.php/component/content/article/8-noticias/3102-vampiraoft

sábado, 24 de março de 2012

BÚFALOS



Os búfalos são animais domésticos da família dos bovídeos, de origem asiática, utilizados para produzir carne e leite para consumo humano.
São classificados na sub-família Bovinae, gênero Bubalus, sendo divididos em dois grupos principais: o Bubalus bubalis com 2n=50 cromossomos, também conhecidos como "River Buffalo" búfalo-do-rio, e o Bubalus bubalis var. kerebau ou Carabao com 2n=48 cromossomos, composto por apenas uma raça, conhecida como "Swamp Buffalo" búfalo-do-pântano.
No Brasil, são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos quatro raças: Mediterrâneo, Murrah, Jafarabadi (búfalo-do-rio) e Carabao (búfalo-do-pântano). Os animais da raça Mediterrâneo têm origem italiana, possuem aptidão tanto para produção de carne quanto de leite, têm porte médio e são medianamente compactos.
Búfalo da raça Jafarabadi
A raça Murrah, de origem indiana, apresenta animais com conformação média e compacta, cabeças leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. Jafarabadi, também indiana, é a raça menos compacta e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina, com uma curvatura longa e harmônica. A raça Carabao é a única adaptada às regiões pantanosas, e está concentrada na ilha de Marajó, no Pará; teve sua origem no norte das Filipinas, apresenta pelagem mais clara, cabeça triangular, chifres grandes e pontiagudos, voltados para cima, porte médio e capacidade para produção de carne e leite, além de serem bastante utilizados como força motriz.
Búfalo da raça Murrah
 Os Bubalinos têm temperamento dócil, o que facilita sua criação e manejo e se adaptam bem às condições ambientais úmidas. Como sua pele é preta com poucos pêlos também pretos, sofrem muito quando estão sob a luz do sol e, o que agrava ainda mais é a dificuldade que os bubalinos têm de dissipar o calor extracorpóreo, em função do reduzido número de glândulas sudoríparas. Por esse motivo, em seu ambiente criatório, ele necessita de açude ou lago para ficar mergulhado nas horas mais quentes do dia, tendo ainda como coadjuvante para a sua perfeita regulação térmica corpórea, áreas de sombra.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Exportação estimula investimento em criação de búfalos no PA

Quase dois milhões de cabeças de búfalos estão no Pará.
Estado é um dos maiores exportadores de bubalinos do país.

Do Globo Rural

O crescimento na exportação de búfalos, no Pará, tem feito com que criadores da região invistam cada vez mais em melhoramento genético.
O Brasil possui três milhões de cabeças de búfalos. Quase dois milhões estão no Pará, segundo dados da Federação da Agricultura do Pará. O estado é um dos maiores exportadores de bubalinos do país. Só este mês 4,5 mil fêmeas e 100 machos de alta qualidade das raças murra e mediterrâneo irão embarcar para a Venezuela.
Antes de saírem do país os búfalos ficam de quarentena, quando passam por uma série de exames realizados por veterinários dos dois países. O rebanho que irá embarcar no início de abril está em uma fazenda na cidade de Inhangapi, no nordeste paraense.
Esse processo faz parte de um acordo assinado há quatro anos entre Brasil e Venezuela. O protocolo zoosanitário garante que o animal seja exportado livre de qualquer doença. “Dentro deste protocolo também é feita uma série de vacinações fora a vermifugação”, diz a veterinária Patrícia Moraes.
O rebanho brasileiro comprado pela Federação Bolivariana de Criadores e Agricultores da Venezuela é destinado à criação. A Venezuela se tornou o segundo criador de bubalinos da América Latina. O primeiro é o Brasil.
Veja o vídeo sobre Búfalos em:
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/03/exportacao-estimula-investimento-em-criacao-de-bufalos-no-pa.html

sábado, 17 de março de 2012

Animais Silvestres

Animais Silvestres

São espécimes que têm como habitat natural a floresta nativa. Alguns exemplos são a paca, cutia, anta, caititu, queixada, abelhas sem ferrão, jacaré dentre outros. Historicamente muitos destes animais fazem parte do hábito alimentar  dos moradores das comunidades rurais.
Os animais silvestres têm importância econômica na obtenção de renda, seja pelo comércio deles vivos ou ainda em produtos e subprodutos. No entanto, apesar da promulgação da Lei de Proteção à Fauna (nº 5.197 em 03 de janeiro de 1967), o comércio clandestino ainda é um dos principais problemas , não apenas no Amazonas como em todo o Brasil, o que torna as leis mais restritivas não favorecendo aqueles produtores ou comunidades que desejam trabalhar legalmente. Contudo um dos maiores vilões para a fauna silvestre tem sido a redução dos habitats naturais ocasionada pelo desmatamento, poluição hídrica, assoreamento dos cursos d’água etc.).
http://www.florestas.am.gov.br/



Caititus
O caititu (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758), também chamado de cateto, catitu, taititu, tateto, coleirabranca, pecari ou porco-do-mato (Lobo, 1962) é um mamífero ungulado pertencente à ordem Artiodactila, à subordem Nonruminantia, Superfamília Suoidea e à família Tayassuidae. Apresenta ampla distribuição, ocorrendo do sul dos Estados Unidos da América até o norte da Argentina, inclusive na Amazônia, e pode ocupar diversos habitats, desde florestas tropicais úmidas até savanas e desertos. Tayassuídeos e suídeos têm origem em um ancestral comum e, apesar de apresentarem semelhanças, seguiram caminhos evolutivos paralelos: tayassuídeos na América do Norte e Novo Mundo, e suídeos na Eurásia e Velho Mundo (Sowls, 1997). O caititu é considerado onívoro, pois se alimenta de invertebrados, sementes, raízes, alimentos fibrosos, sobras de legumes, frutos e insetos (Deustsch e Puglia, 1988). Em cativeiro, se adapta facilmente a diferentes tipos de alimentação, sendo normalmente tratado com milho, mandioca, abóbora, banana, cana-de-açúcar triturada, silagem de milho, silagem de sorgo e ração comercial de suínos (Liva et al., 1989).Tayassu tajacu Linnaeus, 1758), também chamado de cateto, catitu, taititu,teto, coleira branca, pecari ou porco-do-mato (Lobo, 1962) é um mamífero ungulado pertencente à ordem Artiodactila, à subordem Nonruminantia, Superfamília Suoidea e à família Tayassuidae. Apresenta ampla distribuição, ocorrendo do sul dos Estados Unidos da América até o norte da Argentina, inclusive na Amazônia, e pode ocupar diversos habitats, desde florestas tropicais úmidas até savanas e desertos. Tayassuídeos e suídeos têm origem em um ancestral comum e, apesar de apresentarem semelhanças, seguiram caminhos evolutivos paralelos: tayassuídeos na América do Norte e Novo Mundo, e suídeos na Eurásia e Velho Mundo (Sowls, 1997). O caititu é considerado onívoro, pois se alimenta de invertebrados, sementes, raízes, alimentos fibrosos, sobras de legumes, frutos e insetos (Deustsch e Puglia, 1988). Em cativeiro, se adapta facilmente a diferentes tipos de alimentação, sendo normalmente tratado com milho, mandioca, abóbora, banana, cana-de-açúcar triturada, silagem de milho, silagem de sorgo e ração comercial de suínos (Liva et al., 1989).Tayassu tajacu é uma espécie gregária e rústica que, em condições naturais, vive em grupos de 3 a 50 indivíduos, mais frequentemente observados em grupos de até 15 animais. Os grupos são constituídos de animais jovens e adultos, de ambos os sexos (Sowls, 1984), dentro dos quais os caititus exibem dominância hierárquica, com status possivelmente relacionado ao tamanho do animal, ou seja, animais maiores e mais pesados tendem a exercer dominância sobre outros (Bissonette, 1982). São animais considerados sedentários, ou seja, não se distanciam do seu local de nascimento, diferentemente dos queixadas (Tayassu pecari), os quais são conhecidos por viajar longas distâncias (Sowls, 1997).
O Tayassu tajacu é uma espécie gregária e rústica que, em condições naturais, vive em grupos de 3 a 50 indivíduos, mais frequentemente observados em grupos de até 15 animais. Os grupos são constituídos de animais jovens e adultos, de ambos os sexos (Sowls, 1984), dentro dos quais os caititus exibem dominância hierárquica, com status possivelmente relacionado ao tamanho do animal, ou seja, animais maiores e mais pesados tendem a exercer dominância sobre outros (Bissonette, 1982). São animais considerados sedentários, ou seja, não se distanciam do seu local de nascimento, diferentemente dos queixadas (Tayassu pecari), os quais são conhecidos por viajar longas distâncias (Sowls, 1997).
A espécie possui o estômago dividido em três compartimentos, e este possui dois tipos de epitélios. O pré-estômago é constituído por uma bolsa gástrica e dois sacos cegos, cranioventral e caudodorsal, e corresponde a 85% do volume total do estômago. O caititu não possui vesícula biliar. Apresenta na região dorsal, distante aproximadamente 20 cm da base da cauda, uma glândula produtora de secreção oleosa, de forte odor e coloração esbranquiçada, a qual é utilizada para demarcação de território, comunicação social e sinalização para manutenção da proximidade do grupo (Sowls, 1984). Esta glândula dorsal sofre influência da testosterona, uma vez que a redução da concentração deste hormônio gera consideráveis alterações nas unidades secretoras da porção caudal da glândula, alterando possivelmente as características da secreção liberada (Silva et al., 2005). O caititu adulto tem em torno de 0,75 a 1,0 m de comprimento, de 0,40 a 0,45 m de altura e seu peso adulto varia de 14 a 30 kg (Nowak, 1991).

Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.33, n.2, p.71-81, abr./jun. 2009. Disponível em www.cbra.org.br

Foto:ursasentada.blogspot.com

Boa tarde!!!! ontem alguns alunos da disciplina de Animais Silvestres II carregando os pequenos sacos de 20kg de ração, me fez lembrar das aulas da disciplina de Alimentos e Alimentação, assunto sobre fungos nos alimentos destinados a animais, então, vai uma informação importante:








Fungos e Micotoxinas em Grãos Armazenados



Introdução

   Fungos, também denominados mofos ou bolores, são microrganismos multicelulares e filamentosos, que ao infestarem os grãos e alimentos podem produzir substâncias tóxicas tais como micotoxinas. E estas ao serem ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele podem causar: estado de letargia, perda de peso, intoxicações, câncer e óbito em homens e animais.
    No caso de grãos, estes podem ser infestados durante o cultivo ou no período pós-collheita. Desta forma, os fungos são classificados em Fungos do Campo e Fungos do Armazenamento.
    Os fungos do campo contaminam os grãos durante o cultivo por estes requererem ambientes com umidade relativa superior a 80%. Enquanto fungos do armazenamento demandam menor quantidade de água, desta forma, estes proliferam em maior intensidade na massa de grãos no período pós-colheita.
    Materiais biológicos, como grãos, sementes e alimentos, possuem a característica de serem higroscópios, pois, entre estes e o ar são estabelecidos trocas de água, principalmente na forma de vapor. Deste modo, sobre as superfícies dos produtos são estabelecidos microclimas, que têm suas situações de estado influenciadas principalmente pelo teor de umidade dos produtos.
    Neste microclima a quantidade de água disponível é expressa pelo fator atividade aquosa (aa), que varia de 0 a 1. Define-se este fator como sendo a razão entre os valores da pressão de vapor de água atual no microclima e a pressão de vapor na superfície de uma porção de água pura, que representa a pressão de vapor para condição do ar saturado. Deste modo, o teor de umidade define os valores da pressão de vapor e do fator aa sobre a superfície do produto.
    Sendo assim, no espaço formado entre os grãos, denominado como espaço intergranular, durante o período de armazenagem é estabelecido um ambiente, que tem suas condições de estado afetadas principalmente pelo teor de umidade da massa grãos. O que pode favorecer ou não o desenvolvimento de microrganismo. Fato que irá depender do fator aa.
    As bactérias desenvolvem em produtos cuja a atividade aquosa é superior a 0,90, enquanto para fungos os valores variam de 0,65 a 0,90, faixa que os grãos podem possuir teor de umidade de 14 a 22%. Por isto, na conservação de grãos é empregado o processo de secagem. Este visa reduzir o teor de umidade dos produtos a níveis que a atividade aquosa não propicie a proliferação de fungos.
    Em situações de equilíbrio higroscópio a umidade relativa do ar intergranular corresponde a 100 vezes ao valor da atividade aquosa. Para esta situação a umidade relativa do ar é denominada como umidade relativa de equilíbrio e a umidade do grãos umidade de equilíbrio. Veja maiores detalhes deste processo no artigo sobre secagem
    Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são a: (a) redução do potencial de geminação, (b) descoloração, (c) geração de focos de aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos, (d) aceleração das trocas químicas e (e) redução da quantidade de matéria seca.

Espécies de Fungos

   Muitas espécies de fungos podem desenvolver utilizando os grãos como substrato, no entanto as espécies Aspergillus spp.Penicillium spp. Fusarium-spp, Figura 1, são as mais encontradas, em maior destaque as duas primeiras. Sob condições de armazenagem as espécies Aspergillus spp.Penicillium spp. proliferam caso ocorram as condições apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1 - Condições para o crescimento de fungos em grãos para temperaturas de 25 a 27oC

Espécie

Umidade relativa do ar intergranular - %

Teor de umidade dos grãos - %
Aspergillus halophilieus
68

12-14
Aspergillus restrictus
70

13-15
Aspergillus glaucus
73

13-15
A. candidus, A. ochraeus
80

14-16
A. flavus, parasiticus
82

15-18
Penicillium spp.
80-90

15-18
Fonte: BAKKER-ARKEMA (1999)



Micotoxinas

   Micotoxinas são substâncias químicas resultantes da atividade metabólica de fungos, que podem intoxicar seres humanos e animais. A intoxicação pode proceder de forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta quanto subprodutos e derivados contaminados são empregados.
    Dentre as principais micotoxinas encontradas em produtos alimentícios e grãos têm-se a: aflatoxina, tricotecenos, zearalenona e ocratoxinas. A aflatoxina constitui um grupo de toxinas produzidas pelo fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e são identificadas como B1, B2, G1 e G2. Sendo que as iniciadas B e G devem ao fato destas apresentarem fluorescência azulada e esverdeada, respectivamente, quando observadas sob luz ultravioleta. Duas outras micotoxinas M1 e M2 foram detectadas no leite, urina e fezes de mamíferos, resultantes do metabolismo das toxinas B1 e B2.
    Quanto ao efeito, a aflatoxina é extremamente tóxica e cancerígena. A intoxicação é chamada de aflatoxicose. Esta trata-se da falha do fígado devido a destruição das células parenquimatosas, o que pode ser acompanhado de hemorragias e alterações das funções nervosas em combinação com espasmos. Animais jovens apresentam redução de consumo de ração, redução de crescimento bem como perda de peso. Em humanos o processo de intoxicação pode dar-se de forma gradual, desta forma, os efeitos podem levar anos para manifestar.
    Animais como cavalo, macaco, peru e pato são extremamente sensíveis. No caso de patos são apresentados no Quadro 2 DL50 quando da ingestão de aflatoxinas.
Quadro 2 - Doses DL50 de aflatoxinas para patos de um dia de idade.
Cuidados na Armazenagem de Grãos

    Como no controle de insetos e roedores, o controle da proliferação de fungos na massa de grãos fundamenta-se em cuidados a serem procedidos durante as operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos; e na sanificação dos graneleiros, silos e equipamentos mecânicos.  Desta forma, são descritos a seguir alguns recomendações:




  • Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita proceder a operação;
  • Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da massa de grãos e evitar danos mecânicos;
  • Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais;
  • Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; removendo: impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois estes podem ser utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos;
  • Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução e uniformidade do teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de fungos;
  • Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, para uniformizar a temperatura; e
  • Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas.


Tipo de Aflatoxina

DL 50 mg/kg

B1

3,6

B2

17,0

G1

8,0

G2

25,0

M1

8,0

M2

31
Fonte: Faculdade de Farmácia - UFRS Micotoxinas: aflatoxinas
Nota - DL50 corresponde a dose letal em mg/kg de peso necessária para causar a morte em 50% de um dado plantel de animais.
   Quanto às ocratoxinas, são produzidas pelas espécies Aspergillus alutaceusA. alliaceus e outras, em cereais e leguminosas. Promovem acumulação de gordura no fígado e sérios danos renais, principalmente em suínos e cães. Normalmente, retardam a maturação sexual em galinhas e diminui a produção de ovos.
    Os tricotecenos são toxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium, que podem causar aos homens e animais problemas como: (a) vômitos, (b) hemorragias, (c) recusa do alimento, (d) necrose da epiderme, (e) aleucia tóxica alimentar (ATA), (f) redução do ganho de peso, da produção de ovos e leite, (g) interferência com o sistema imunológico e (h) morte. Ocorrem em grãos como o milho, trigo, cevada e outros.
    Zearalenonas é uma toxina produzida pela espécie Fusarium graminearum, principalmente em grãos de milho. Em casos de intoxicações podem causar: hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade, efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas. Esta toxina age como hormônio feminino.
    São apresentados no Quadro 3 os níveis de toxinas permitidos em alimentos e grãos, em diferentes países conforme legislações específicas.
Quadro 3 - Níveis de toxinas em alimentos e grãos permitidos em diferentes países
País/Produto

Micotoxina

Limite - ppb
Argentina
-

-
Alimentos infantis
B1

0
Amendoim, milho e derivados
B1

B1B2G1G2

5

20
Farelo de soja
B1

30
Leite in natura e em pó
M1

0,05
Produtos lácteos
M1

0,5
Uruguai
-

-
Alimentos infantis
B1B2G1G2

3
Leite e derivados
M1

0,5
Amendoim, soja e frutas secas
B1B2G1G2

30
Milho e cevada
zearalenona

200
Arroz, cevada, café e milho
ocratoxina

50
Brasil
Alimentos para consumo humano
B1B2G1G2

20
Matérias primas e rações
B1B2G1G2

50
Estados Unidos
-

-
Rações de crescimento - aves e suínos
B1B2G1G2

zearalenona

20

2
Ração final - suínos
B1B2G1G2

200
Produtos lácteos
M1

0,5
MERCOSUL
Milho
B1B2G1G2

20
Farelo de milho
B1B2G1G2

20
Amendoim e subprodutos
B1B2G1G2

20
Fonte: FONSECA ( Micotoxinas), BAKKER-ARKEMA(1999)
Nota - ppb corresponde a partes por bilhão.

Aspergillus spp.      Penicillium spp.      Fusarium spp.
Figura 1 - Espécies Aspergillus spp.Penicillium spp. Fusarium spp. ( SiteFungusweb)

Animais de Produção




Animais de Produção
Ovinos


HISTÓRIA DOS OVINOS


ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS OVINOS  historiadosovino.jpg
        Ainda não é claro quando ou onde ocorreu a origem da civilização. Indubitavelmente, a civilização está relacionada com a domesticação dos animais e, provavelmente, o cão foi o primeiro animal a ser domesticado. Certamente, não distante do cão, veio à domesticação dos ovinos, caprinos e bovinos. Aparentemente, por 10.000 anos, estas espécies têm servido as pessoas.
        O relacionamento entre seres humanos e ovinos foi sempre benéfico para ambos. Os carneiros são insuperáveis na conversão de forrageiras em produtos para o consumo humano de alta qualidade, como a carne e o leite; já a lã e a pele, protegem o homem do frio. A contribuição do ser humano consiste no cuidado e proteção dos ovinos.
        Onde a domesticação dos ovinos ocorreu, não foi estabelecido firmemente, mas evidências indicam que provavelmente aconteceu na Ásia Central. A criação de ovinos na Planície Mesopotâmica pelos pastores hebreus antecede a história escrita. Há 179 referências aos ovinos, 137 a carneiro ou carneiros, 167 a cordeiro ou cordeiros, no Antigo Testamento. O primeiro animal doméstico citado na bíblia é o ovino (Gênesis 4:2). Abel, filho de Adão e Eva, era um pastor. Jacó serviu Laban por sete anos como pastor para ganhar a mão de Raquel. Entretanto, Laban quebrou a sua promessa e exigiu mais sete anos de serviço. Jacó conseguiu Raquel, mas nenhum salário. O negócio prosperou sob orientação de Jacó, que concordou continuar a trabalhar para Laban em troca dos ovinos manchados, malhados e listrados do rebanho. Pela seleção, pelas mutações e utilizando a reprodução dos animais, Jacó produziu os primeiros ovinos de coloração diferente. Jacó era proprietário de rebanhos numerosos quando deixou o serviço de Laban. Os descendentes de Jacó selecionaram os ovinos que apresentavam lã mais branca, até conseguirem a coloração totalmente branca. Davi e Salomão citaram a existência de ovinos brancos em seus escritos. Jacó pode ser lembrado como o primeiro melhorador de ovinos. A descendência de seus ovinos possuía mais de um par de chifres.
        O mundo pode nunca saber como os ovinos foram domesticados ou qual era a ascendência destes animais. Há razões para acreditar que o ovino doméstico pode ter surgido do Muflon, originário da Europa e Ásia ou do Urial Asiático. Ambos são ovinos selvagens, que têm chifres caudas curtas e o corpo coberto mais por pêlos do que por lã, indicando um processo de seleção antigo até chegar ao ovino doméstico.
http://www.uniovinos.unipampa.edu.br/

Santa Inês
Fonte: Aprisco
Essa é mais uma raça de ovinos nativa do Nordeste brasileiro



É uma raça nativa do Nordeste brasileiro. Por suas características e pela informação de técnicos e criadores que se interessam de alguma forma pelo estudo dos ovinos existentes na região, a raça Santa Inês teria resultado de cruzamentos alternados com as raças mais antigas do Nordeste - Morada Nova (vermelha e branca), Bergamácia e Criola. As características apresentadas pelo ovino Santa Inês correspondem a esse cruzamento. Há evidências do Bergamácio no seu porte, tipo de cabeça, orelhas e vestigem de lã. Da raça Morada Nova (vermelha e branca), a condição de deslanado.


A Santa Inês vem sendo difundida em grande parte do Brasil tropical devido à sua rusticidade, produtividade e habilidade materna nos diversos climas brasileiros. É uma raça de duplo propósito: produção de carne e pele.


O Santa Inês é um ovino deslanado de porte grande, apresentando peso corporal em torno de 80 kg para os machos e 60 kg para as fêmeas (animais adultos). Troncos fortes, quartos dianteiros e traseiros grandes, ossatura vigorosa. São encontrados machos com mais de 100 kg, e fêmeas com mais de 80 kg. As fêmeas são ótimas criadeiras, parindo cordeiros vigorosos, em freqüentes partos duplos. Têm excelente capacidade leiteira, com aprumos corretos e boa inserção de úbere. Tratando-se de um ovino de porte expressivo, é exigente em alimentação. É a ovelha indicada para ser criada nos ambientes de melhores recursos nutritivos.


Cabeça de tamanho médio, ausência de chifres, focinho alongado, perfil semi convexo, narinas proeminentes com mucosas pigmentadas (com exceção da variedade branca), boa separação entre os olhos. Orelhas de tamanho médio, guardando uma inserção firme, um pouco inclinada, em forma de lança, carnuda e coberta de pelos acompanhando a cara e chanfro do animal.


O pescoço é bem inserido no corpo de tamanho regular algo alongado, com ou sem brincos. Dorso reto, podendo apresentar uma pequena depressão após a cernelha. Garupa levemente inclinada, sempre erguida por quartos fortes e bem postados. Cauda média, não passando dos jarretes. As patas têm ossos vigorosos, e são acompanhadas de cascos escuros ou bancos - correlatos com as mucosas nasais e órbitas oculares.


A raça é caracterizada por quatro pelagens:


Brancas - pelagem totalmente branca, sendo permissível mucosa e cascos brancos, além de outros caracteres que denotam uma maior influência do sangue Bergamasco.


Chitada - caracteriza-se por uma pelagem branca com manchas pretas e marrom esparsas por todo corpo.


Vermelha - bastante comum nesta raça. A pelagem totalmente vermelha é uma característica que denota a influencia do sangue Morada Nova.


Preta - pelagem totalmente preta.


Destinação: Carne, Pele